A quem interessa a terceirização irrestrita?

Segundo o estudo "Terceirização e Desenvolvimento: uma conta que não fecha", produzido pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o Brasil tem atualmente, 12,7 milhões de trabalhadores e trabalhadoras (6,8% do mercado de trabalho) terceirizados.

 

De acordo com a pesquisa, em dezembro de 2013, os profissionais terceirizados recebiam 24,7% a menos do que os que tinham contratos diretos com as empresas, tinham uma jornada semanal três horas a mais e eram as maiores vítimas de acidentes de trabalho.

 

Muitos deles estão submetidos a condições de subemprego e análogo à escravidão, ganham menos, trabalham mais e correm mais risco de sofrer acidentes, inclusive fatais. Para ter uma ideia, o estudo destacou que dos 10 maiores grupos de trabalhadores e trabalhadoras em condições comparáveis à de escravos resgatados entre 2010 e 2013, 90% eram terceirizados.

 

Hoje, esses profissionais terceirizados recebem, em média, quase 30% a menos e trabalham, em média, quase 30% mais, acidentam-se mais. São muitos os casos em que o trabalhador procura seus direitos e a empresa já nem existe mais.

 

Defendo a regulamentação da terceirização, desde que haja igualdade de direitos entre terceirizados e efetivos (assistência à saúde, condições dignas do ambiente de trabalho, tíquete refeição, etc). Esta proposta, de autoria do deputado Vicentinho (PT-SP), está engavetada na Câmara Federal.

 

Para problematizarmos o debate e refletirmos sobre a quem interessa a terceirização sem regulamentação, vamos a um exemplo: no item 1 dos VALORES defendidos pela Vale e divulgados em seu site (www.vale.com), diz “A Vida em Primeiro Lugar” e o segundo valor garante “Valorizar quem faz a nossa empresa”.

 

Agora avaliem se é ou não paradoxal: em 2006, a Vale bateu recorde de 13,4 Bilhões de lucratividade, já em 2009, a segunda maior mineradora do mundo, demitiu um total de 120 mil trabalhadores em todo o mundo, sendo a metade terceirizada. A alegação? Crise mundial. Sim, a rentabilidade caiu para R$ 10,2 Bilhões, mas isso não significou prejuízo, mas diminuição dos lucros. A forma mais fácil de ganhar mais é sempre demitir os seres humanos que constroem a organização. E a pergunta paira no ar, isso é priorizar a vida?

 

Esta situação simboliza o atual momento da política e as consequências para os trabalhadores: de um lado, o capitalismo financeiro trabalha com “capital fictício”; do outro, com a exploração sem limites da mão-de-obra.

 

Não existe hoje um pensamento voltado para a construção e consolidação de reconstituir projetos societários. É preciso criar uma agenda positiva a nosso favor. Está claro para todos que a ordem atual não é positiva para a grande maioria da população: é o capital especulativo dominando a nossa vida e destruindo o nosso meio ambiente. 

 

 

Vereador Marcelão Freitas

Data de Publicação: segunda-feira, 11 de maio de 2015

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